"Nunca é tarde demais para ser o que você poderia ter sido."

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O tempo não pára, muito menos eu!

A necessidade de produzir continua muito inquieta dentro de mim. Isso é muito bom!!
Agradeço imensamente ao incentivo acadêmico, orientado pela querida amiga e grande professora Wlad Lima, em alimentar o Blog após a disciplina. Desperta meus pensamentos, posto coisas que encontro, pesquiso coisas boas pra dividir com vocês, enfim, utilizo toda essa parafernalha eletrônica em prol do Teatro.
Nessa postagem, mostro a vocês um pouco do ser humano Maira, dividindo minhas agonias e a rotina de ralação que o Teatro me trouxe. 
Em meio a avaliação do semestre, me chamaram pra fazer comercial. Foi um atropelamento total na agenda, mas dei um jeitinho e fui, adorei (principalmente o cachê!). Daí, mal começaram as férias e me joguei de voluntária no IDEA2010. Foi uma correria boa, cheia de ensinamentos e aprendizados para o resto da vida... Mal termina o IDEA e surge a Websérie do Marat. 
Fiquei muito feliz em ser convidada pelo meu estimado colega, Marcelo Marat, para participar de seu novo projeto ARCANOS. Além de conheçer seus trabalhos, sei de sua capacidade profissional e, acima de tudo, admiro a coragem e a vontade dele em fazer as coisas acontecerem em Belém do Pará.
Longe de mim rasgar seda ou puxar saco de fulano ou beltrano, eu elogio SEMPRE os trabalhos artísticos feitos com dedicação e esforço, em primeiro lugar, prezo por nós artistas, ainda que inúmeras críticas estejam chovendo a favor ou contra. 
Sabemos como é difícil produzir, seja vídeo, teatro ou até mesmo cinema aqui na cidade. Precisa de SACO, muito SACO!
Paciência e tolerância, foram duas palavras que aprendi com o Teatro (e com a minha filha também...). Quando você pensa que tá tudo certo, algum conflito começa e a gente vai apagando os incêndios do jeito que dá.
Adquirir experiências começa assim: você se dispõem a fazer algo novo, mesmo achando que é loucura, que você nunca fez aquilo e que pode dar errado ou coisa asssim. 
Arrisque-se sempre. Só podemos concluir fatos, experimentando-os.
Críticas é uma cena a parte. O que seria da gordinha aqui sem as pessoas que querem esse enooorme corpo pra trabalhar? Tudo bem, eu já fui magra e já pesei meus amados 64kg, e ... Nada! Nada aconteceu de tão interessante na minha vida. Calma, não começa a abrir o comedor e engordar agooooora, só porque eu falei isso tá? O importante é você viver bem consigo mesmo, parece auto-ajuda né? Mas é a real.
Desencanei desses meus imensos 100kg e as coisas surgiram. 
Mas não foi tão fácil, pensei até em cirurgia do estômago (e ainda não descarto a idéia...).
Preciso perder alguns quilinhos sim, preciso ao menos me mexer nas aulas de expressão corporal, mas nada de encanar com meu peso novamente, nem pensar!
Outro lado meu: a escrita. Minhas escrituras estão nascendo aos poucos... Tenho alguns textos em mente, outros escritos, comecei a roteirizar alguns, mas ainda preciso de muita farinha nesse açaí...
Publiquei um poema e uma carta no recanto das letras, e pra minha surpresa, até que foi bem recebido!
Quero a escola, preciso dela mais do que nunca. Uma ferramenta a calhar nesse momento de primeiros passos. O lado terapêutico dessa rotina toda, é o meu eixo.
Ah e claro, faz uma PUT... falta pra me descarregar do serviço público...
Falando nisso, até que as pessoas estão me respeitando mais aqui no IGEPROBLEM, sabia? Que lindo! Deixaram de me ver como a "maluquinha" do órgão. Deu até medo quando Assessores e Procuradores vieram me chamar. Só queriam elogiar meu trabalho artístico. 
Ai que ótimo, me promovam por isto da próxima vez tá? Vai ser bem mais útil e o meu bolso agradece...
Sério que eu disse isso! E eles ainda riram! Acreditem...
Talvez só façam isso porque me viram na TV, ou porque meu nome saiu no jornal... Enfim, os seres humanos ainda são muito complexos para eu ficar aqui procurando essas respostas, prefiro continuar fazendo meus textos, decorando minhas falas, pesquisando sobre o Teatro, etc, etc e etc... Longe de mim o estrelismo, ajudo todos os que querem e precisam, com a máxima humildade, porque já estive insegura da mesma forma, e ainda sou insegura em muitas coisas, sempre me desafiando a conseguir...
É no teatro que me sinto humana, desapegada de todas essas máscaras sociais que construímos no ambiente de trabalho.

Deixo aqui abraços e beijos a todos os meus colegas da graduação que estão curtindo suas merecidas férias.
Eu tô vivassa aqui galeeeeera, o IGEPROBLEM não pára, o tempo não pára, e muito menos eu...
Amo TODOS vocês!

Saudades Mil,

Maira Tupinambá

terça-feira, 27 de julho de 2010

"Teatro-educação"


No âmbito educacional, o teatro vem se tornando ferramenta extra no que diz respeito à expressão, tanto oral quanto gestual.
O aluno age espontâneamente.
Trabalha-se ansiedade e nervosismo.
Tomemos um típico exemplo: dia de prova. Temos um aluno ansioso e nervoso, portanto, inseguro. O conhecimento ele até domina, mas por falta de domínio da própria emoção, ele fracassa.
Agora, imagine um resultado de avaliação, em forma dos tão temidos seminários, onde a oratória faz a diferença. Um aluno que aprende a trabalhar com teatro, terá um domínio maior de suas emoções, terá segurança para falar ao público e consequetemente, uma boa apresentação.
A Arte é um importante trabalho educativo, procura, através das tendências individuais do aluno, encaminhar a formação do gosto e estimula a inteligência contribuindo para a formação da personalidade, sem ter como única preocupação a formação artística.
No seu trabalho criador, o aluno utiliza e aperfeiçoa processos que desenvolvem a percepção, a imaginação, a observação, o raciocínio, o controle gestual.
Capacidades psíquicas também influem na aprendizagem.
No processo de criação e execução teatral, ele pesquisa a própria emoção: liberta-se da tensão, ajusta-se, organiza pensamentos, sentimentos, sensações e forma hábitos de trabalho. Educa-se.

Para refletir: ensinar como pensar e não o quê pensar.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Pessoas do Mundo inteiro no Cláudio Barradas!!






"Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa." Platão

É galera, não foi fácil... Contornar situações, ser criticado, ouvir reclamações inúmeras... Assim foram os dias dos voluntários na produção do IDEA2010. Eu sei que já tem muita gente falando mal por aí, sobre a (des)organização do evento, não estou aqui pra defender ninguém, mas esperava que cada um pelo menos ajudasse a conter o fogo espalhado, com um mínimo de compreensão, é assim que se demonstra educação. Aliás, o IDEA é sobre educação, irônico não acham? 
Enfim, eu agradeço a todos os que se dispuseram a nos ajudar, pois foi de grande valia cada apoio, cada experiência, cada suspiro, cada desespero... aff e foram muitos: horários, agendas, objetos de cena pra comprar em cima da hora, alimentação dos artistas, dias de sol no Guamá, etc, etc e etc... Só quem realmente meteu a mão na massa sabe o que foi isso!  O google translator nunca foi tão necessário em nossas vidas e eu até saí falando inglês direitinho (quem me dera!).
O teatro somos nós, criticar é válido, mas fazer e ajudar é essencial! Lamento muito alguns colegas abrirem a  boca e chamarem, reduzirem um evento tão importante pra graduação à palavriados de baixo calão. Gente, se liga, reclamar no momento do evento só piora as coisas, perde-se oportunidades.
A experiência de estar do outro lado me fez ver muuuuuita coisa. 
Aprendi que a gente tem que ser um pouco de tudo. Convivi de perto com artistas, que até poderiam exigir pedestal, mas ao contrário, eram humildes e sinceros, nos agradeciam por tudo e nos ensinavam sobre sua cultura. Fiz amigos artistas. Verdadeiros artistas, que sabiam exatamente qual luz ou som escolher e entendiam muito sobre contra-regragem... e a única coisa que não tinham era ESTRELISMO.
A arte educação começa assim, se colocando no lugar do outro, trocando os papéis, só assim percebemos necessidades e passamos a compreender mais o aluno e o professor, o ator e o palco.
Agradeço mais uma vez a TODOS os que ajudaram, aos que compareceram e até mesmo aos que criticaram, pois nos desafios é que se vê do que realmente, você é capaz, e nós fomos!
VALEU EQUIPE IDEA2010 TUCB! 
AMO TODOS VOCÊS!

Teatro Universitário Cláudio Barradas - Espetáculos IDEA2010

48 minutos para Palestina
48 minutos para a Palestina é um livro sem palavras sobre um homem e uma mulher que vivem juntos contra a sua vontade, uma história contada inteiramente de ações físicas e música original. Uma mulher mora sozinha e cuida de seu jardim. Um dia um homem entra em sua casa com uma mala e com um aspecto à beira da morte. Ela não o conhece, mas para ele, esse lugar é sua casa.


foto: Maira Tupinambá
“48 minutos para Palestina”, do Grupo Asthar, 
a companhia de teatro mais importante do Oriente Médio


foto: Maira Tupinambá
Eu participei como sonoplasta desta apresentação!





See me so that I my dream (Olhe-me para que eu possa sonhar)


A Companhia de Teatro Linge Kompani montou a peça intitulada “Ver-me para que eu possa sonhar.” Um trabalho sobre os sonhos e esperanças, e tudo que os seres humanos têm em comum, independentemente de raça, sexo ou ambiente cultural ou social.





Every Day, Every Year, I am Walking
cada ano, cada dia, eu ando. Segue a história de um jovem refugiado que perdeu a família e o lar de uma forma brutal e é forçado a uma viagem cheia de perigos e incertezas. É uma brincadeira com os refugiados, sobre a África, a perda e os passos hesitantes em direção a primeira superação e recuperação.

foto: Maira Tupinambá
“Every Day, Every Year, I am Walking (Cada dia, cada ano, eu ando)”
Grupo Magnet Theatre, da África do Sul





Carne
Inspirando-se na autora austríaca Elfriede Jelinek, prêmio Nobel de literatura em 2004, Carne discute as relações profundas entre patriarcado e capitalismo, mostrando, através de procedimentos épicos, ou "pós-dramáticos" (segundo a expressão de Hans-Thies Lehmann), o panorama da opressão de gênero e a situação específica da violência contra as mulheres no Brasil.

“Carne”, da KIWI, Companhia de Teatro

IDEA 2010

Casa da Linguagem 


Muita emoção na oportunidade de participar da equipe de Produção Cultural do IDEA2010.
Desde as pré-oficinas, o evento reúne e integra pessoas de todo o Planeta, em prol da arte educação.
Aqui alguns registros desses dias maravilhosos que estou vivendo!

Peter Moser - Período: 15 e 16 de julho – 15h as 18h.

Oficina: Faça Barulho.

Objetivo: Com diferentes formas de inventar música de uma maneira muito livre, utilizando a linguagem o mínimo possível. Vamos fazer músicas curtas que podem, então, ser transformadas em uma estrutura de história curta para apresentação.


Dan Olsen - Período: 15 e 16 de julho - 9h as 13h.

Oficina: Comédia do mundo.

Objetivo: Teatro burlesco para todas as línguas e idades.
Commedia del Mundo ("mundo" é o italiano para o mundo) é uma organização internacional de teatro sem palavras, que pode ser entendido sem uma língua comum e por diferentes culturas: uma forma de teatro que atravessa as barreiras da nacionalidade, religião, etnia e cultura.

Angelika Hauser - Período: 16 de julho - 15h as 18h.

Oficina: Musicalidade e Linguagem.

Objetivo: O som e a linguagem corporal transmitem informações essenciais, que são captadas, em sua maioria, inconscientemente. A Formação em Música e Movimento exploram este potencial e trabalham com ele de uma forma criativa.

Terapia Artística

A Terapia Artística possibilita uma transformação onde o paciente é o agente que segue e dá continuidade a um determinado processo que lhe traz harmonia. Dá forma onde há pouca estrutura, dissolve onde há rigidez, dá clareza onde tudo é vago e traz fantasia onde a mente está endurecida.
O paciente enfrenta limites, supera dificuldades, aprende a adaptar-se ao material que usa, aceita as falhas e tende a desenvolver autoconfiança e auto-estima.
A terapia artística tem metas claras. O resultado estético, porém, não é o objetivo; a importância está no processo.
A terapia artística pode ser aplicada a todos os casos de doença ou desarmonia, sendo que em cada situação será utilizado um meio específico adequado - pintura, modelagem, desenho. Além disso, os exercícios propostos devem ter significado próprio, dirigidos a uma determinada situação.
Qualquer atividade artística pode levar a um caminho de aprendizado e autodesenvolvimento. A terapia artística, porém, é muito diferente da prática artística pura, no que diz respeito à atitude interior, métodos e propósitos. O caminho terapêutico tem a intenção de transformar cada dificuldade em exercícios terapêuticos que possibilitem o processo de mudança.

Medicina Indígena Brasileira: Comparação entre o Saber dos Pajés e a Medicina Antroposófica

O Mundo Espiritual

Para os índios tupi, o mundo sensível é somente uma parte de uma totalidade ternária que inclui também um mundo suprassensível espiritual e também um mundo suprassensível anímico. O mundo espiritual é habitado pelos deuses criadores (tais como o Monan, ou Mayra, tupinambá; o Nhanderu – “nosso pai”- guarani; o Mavutsini xinguano), pelos heróis culturais (os seres gêmeos-planetários que criaram animais e plantas e outros heróis míticos) e pelos espíritos dos humanos (Ayvu, em guarani; Mái, em araweté; E’ami, em juruna).

O Mundo Anímico

O mundo anímico, distinto do mundo espiritual, intermediário entre este último e o mundo sensível, é habitado pelas almas dos mortos (Anhang em guarani e em kamayurá; em tupinambá, ang-uera – alma sem corpo; I’nay, em juruna; Ani, em araweté). Diferente dos espíritos, as almas dos mortos são mortais tanto quanto nossos corpos. Elas sofrem uma “segunda morte” que é representada de forma imaginativa: Os Kamayurá dizem que as almas sofrem um ataque de pássaros vorazes que as vão devorando, devorando, até que elas chegam diante do Uirapy, o grande gavião celeste, que as devora totalmente. Os Araweté dizem que as almas são devoradas pelos Mái, deuses, num banquete antropofágico celestial. Depois de devoradas, entretanto, os deuses as refazem em um enorme caldeirão e elas ressurgem lindas, renovadas, rejuvenescidas, metamorfoseadas em Mái(4).
Para o indígena, portanto, a entidade humana compõe-se de uma parte física, visível – a “pele”(Py), em kamaiyrá, termo que também pode ser traduzido por “vestimenta” ou “forma”. Morrer (manon) é “deixar a vestimenta e ir embora”. A “veste” é animada por uma entidade considerada material, que se separa do cadáver após a morte e fica em torno da tumba, assombrando os vivos que por ali passarem. Esta entidade etérica (anguery, em guarani) dissolve-se com o tempo ou pode ser dissolvida pelo pajé. A Anhang-Alma, por sua vez, é dotada de uma natureza animal. Assim, é comum entre os guarani que se diga “tal pessoa é agitada porque sua alma é de jandaya”, ou “ele é raivoso porque sua alma é de onça”, enfim. Animal e homem tem continuidade, são unos, através do Anhang. O Ayvu (Lógos), Espírito, é a “alma-estrela” e vive na Terra-sem-Mal, podendo reencarnar de vez em quando, para os guarani(5). Para os Kamayurá, o espírito ilustre torna-se um tipo especial de mamaé superior não selvagem. Temos, destarte, uma quadrimembração:

1-Forma Física, “Pele”- Py
2- Duplo etérico do corpo - “Anguery”
3- Corpo Animal – “Anhang”
4- Espírito - Ayvu, Mamaé

Conforme o arque-mito tupi da Criação, Monan-Maýra (Mavutsini no Xingu) estava só e então desejou fazer os humanos, a partir de troncos de árvore. Fez mulheres, primeiro, sua filhas. E depois mandou que elas se casassem com a raça dos jaguares míticos –seres titânicos muito ferozes, seres do caos. Deste casamento das filhas de Monan com as onças é que descendem todos os homens e mulheres. Por isto temos uma essência divina, Ayvu, e Monan é nosso avô celeste, e somos – como dizem os Araweté(4), “deuses esquecidos aqui na terra”. Por outro lado, todos nós temos “sangue de jaguar”, somos filhos da Onça Primordial, e por isto guardamos parentesco com toda a ferocidade predatória e canibal que a natureza apresenta.



Fonte: http://saudealternativa.org/2007/12/20/medicina-indigena-brasileira-comparacao-entre-o-saber-dos-pajes-e-a-medicina-antroposofica/