Modos de ver
John Berger
Ensaio 168 páginas
Tradução: Lúcia Olinto
SIM, É O NOME DE UM LIVRO! http://www.editoras.com/rocco/022203.htm
Sinopse
Modos de ver revela como nossos modos de ver interferem na nossa maneira de interpretar. Especificamente analisa quatro aspectos da interpretação da pintura a óleo: sua origem relacionada com o sentido da propriedade, a posição continuada da mulher como objecto pictórico, a relação entre a herança visual da pintura e da publicidade e, por último, a transformação do significado da obra original dentro do contexto da multiplicidade de reproduções. Dos sete ensaios que compõem este livro, quatro deles combinam textos e imagens, enquanto que os três restantes são estritamente visuais. Nestes últimos, o autor seleccionou uma série de reproduções de quadros e fotografias publicitárias com a finalidade de mostrar determinadas analogias entre imagens de diferentes épocas e procedências. Modos de ver foi o resultado de uma série de televisão do mesmo nome que John Berger e outros colaboradores realizaram a princípios dos anos 1970 para a BBC. Modos de ver, com o passar dos anos, tornou-se um título indispensável da teoria da arte e da comunicação visual.
Apesar de ser estruturado a partir de ponderações sobre a História da Arte, o livro transcende a sua função de pensar a questão estética e acaba fazendo o leitor refletir sobre a sua visão de mundo.
Olhar é um ato de escolha.
A percepção de qualquer imagem é afetada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos.
Assim, é possível entender que toda imagem incorpora uma forma de ver.
Os nus europeus, por exemplo, pintados como se a mulher estivesse a serviço do desejo do espectador (geralmente masculino), pressupõem um relacionamento desigual presente até hoje na nossa cultura, de que homens e mulheres têm presenças sociais diferentes e agem como tal.
E agora o meu MODO DE VER todo esse papo da semana:
(faço aqui um link entre duas disciplinas: antropologia e modos de ver)
Ao filmar/encenar uma outra cultura, uma outra sociedade, o realizador do filme/peça etnográfico(a), tal como o antropólogo, invade um espaço que não é o seu.
Essa situação coloca-lhe riscos, na medida, em que é através do seu “olhar” que a audiência vai compreender essa mesma cultura.
A objectividade científica em Antropologia, tem sido de certa forma, contestada exactamente por essas questões inerentes à alteridade.
Em primeiro lugar, o antropólogo/realizador é sempre um estranho, que traz consigo padrões culturais bem definidos, por outro lado, destabiliza e cria reacções novas, a partir do momento em que faz impor a sua presença.
Os problemas do etnocentrismo são outro aspecto a analisar, isto porque é difícil analisar o “outro” que é diferente de mim, das minhas maneiras de ser e crer e construir um modelo representativo daquele contexto cultural e transmiti-lo como único e verdadeiro, quando essa verdade depende da minha forma de “olhar”.
Ao documentar uma cena em profundidade, o realizador tem a responsabilidade de seleccionar as imagens que lhe parecem mais significativas e que revelam melhor o sentido da cultura abordada.
A partir do momento em que o realizador está entre a sua própria cultura e outra, assumindo o papel de mediador, a função deste é elaborar uma sequencialidade de imagens/cenas que estendam a sua compreensão para uma audiência que tem apenas o filme/peça como fonte. É a partir do seu entendimento que influenciará também o nosso “modo de ver”.
Na minha humilde perspectiva, esta é uma questão que, apesar de pertinente acaba por não ter uma resposta definida, pois, a objectividade pura em Antropologia, ou no modo como vemos os outros, é sempre algo questionável.
Depende sempre do modo como cada um de nós visualiza os “outros” e o seu mundo.
O modo como eu analiso uma sociedade, enquanto arte educadora, não será de certo o mesmo que outro colega de profissão, porque não existem fórmulas certas.
BEIJOKAS E ATÉ LOGUINHO!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário