"Nunca é tarde demais para ser o que você poderia ter sido."

quarta-feira, 30 de junho de 2010

O Teatro pós-dramático

Expositor: Leandro
Comentador: Paulo Ricardo
"Dramático, para Lehmann, é todo teatro baseado num texto com fábula, em que a cena teatral serve de suporte a um mundo ficcional.... Com esse conceito de drama que reúne Eurípedes, Molière, Ibsen e Brecht, o teatro épico não poderia ser considerado um salto, porque nele os deslocamentos da dinâmica interpessoal – por meio de coros, apartes, narrativas, etc. – não chegariam a subverter a vivência ficcional."
(Sérgio de Carvalho, Apresentação do livro “Teatro pós-dramático” de Hans-Thies Lehmann)
  
"O teatro pós- dramático é essencialmente (mas não exclussivamente) ligado ao campo teatral experimental e disposto a correr riscos artísticos. (...) Na ênfase em formas teatrais experimentais não está implicando um juízo de qualidade: trata-se da análise de uma idéia de teatro diferenciado, não da apreciação de empreendimentos artísticos individuais. (...)Trata-se aqui de um teatro especialmente arriscado, porque rompe as com muitas convenções. Os textos não correspondem as espectativas com quais as pessoas costumam encarar textos dramáticos. Muitas vezes é difícil até mesmo descobrir um sentido, um significado coerente da representação. As imagens não são ilustrações de uma fábula. Esse trabalho teatral é essencialmente experimental, persistindo na busca de novas combinações ou junções de modos de trabalho, instituições, lugares, estruturas e pessoas."
(Teatro Pós-Dramático, Hans-Thies Lehmann)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

PERFORMANCE E ROTEIRO OBJETO



Foram muitos os sonhos...
Sonhos consoladores.
Sonhos reveladores.


E um dia pessoas de branco entraram em minha casa...
Para salvar uma alma que ainda iria chegar...
Um espírito despido de seus medos...
Alma vagando...
O nada. O vazio. 

Agora e na Hora de Nossa Hora - Com Eduardo Okamoto, direção de Verônica Fabrini e preparação de ator do Lume Teatro!

Após a exposição dos objetos/roteiros de cena fomos liberados para assitir um espetáculo do Rio Grande do Sul, em cartaz no Teatro Universitário Cláudio Barradas.






“Agora e na hora de nossa hora” coloca no centro da cena a “cidade invisível”. Todos os dias passamos por ela, mas não a percebemos. Nessa cidade, vivem meninos de rua e também mal os notamos.
A cena recria o cotidiano de um desses meninos: um sobrevivente que luta, ama, se esconde, fuma crack, vive. 

Este trabalho de coleta de materiais foi orientado pelo LUME – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais que, desde a sua fundação desenvolve a metodologia da Mímesis Corpórea: a observação e imitação do cotidiano como base da atuação.  
Aos poucos, esta interação foi estendida aos meninos das ruas de Campinas, de São Paulo e do Rio de Janeiro, incluindo uma pesquisa sobre a Chacina da Candelária.





No espetáculo, a Chacina é apresentada não somente como matéria histórica: os fatos do passado. AS forças que a geraram revelam um comportamento geral da sociedade brasileira com os meninos de rua. A história como modelo revelador de uma conduta social.  





      Pedrinha é um sobrevivente da Chacina da Candelária: escondido sobre a banca de jornal ele assistiu ao assassinato de oito meninos de rua. Ao narrar os acontecimentos da madrugada, Pedrinha revela uma sociedade que nega os meninos de rua até a morte!





Da Interpretação

Fersen, em seu estúdio

Expositora: Maira Tupinambá
Comentador: Ícaro
No texto o autor faz uma crítica a o sistema tripolar – ator- personagem-espectador no teatro. Segundo Fersen o ator deveria tirar a quarta parede e enxergar a platéia, interagindo com o público dando a impressão de que o diálogo envolve a platéia, há muitos prós e contras, uns acreditam nesse modelo e outros o negam veementemente essa postura.
A profissão de ator tem algo de angustiante e de insuportável(...)
(...) Viver nos limites da existência não é fácil.


Em seguida fomos convidados - nas palavras de Wladilene Lima - a "brincar de feira", isto é, expor nosso roteiros, objetos cênicos. Foi bem estranho...

A Exibição das Palavras (o político fazer teatral)

31 de maio de 2010. 
10 º Aula da Disciplina Trajetórias do Ser.
A expositora: foi Kátia Regina Dias Cardela
Texto "A exibição das palavras - Parte I". 
Em resumo este texto traz a idéia de que " o teatro é uma atividade intrinsicamente política. Não em razão do que aí é mostrado ou debatido - embora tudo esteja ligado - mas, de maneira mais originária, antes de qualquer conteúdo, pelo fato, pela natureza da reunião que o estabelece".
Trata da questão do poder do círculo de congregar as pessoas, da rotundidade como elemento de extrema importância no fazer teatral (teatros circulares).
Comentadora: Caroline de Fátima da Mota Y Domingues. 
Mostrou diversas fotos de espetáculos da Unipop (Universidade Popular), que é uma Instituição que entre, outras ações, desenvolve atividades de teatro.
Após o debate Wlad mostrou as mudanças de nosso cronograma de trabalho em função do dia que cedemos para o Seminário de Dramaturgia Amazônida.
Wlad seguiu sua cena e mostrou alguns trabalhos EU-MUNDO da primeira turma do Curso de Licenciatura em Teatro. Teremos que fazer trabalho semelhante para apresentar no próximo 19 de junho. Wlad nos solicitou um roteiro de nosso trabalho. Algo que expresse o que vai acontecer na  encenação EU_MUNDO. Como já disse na postagem anterior, este roteiro precisa ser um objeto cênico, de criação.
Jogo do dia: Paulo Ricardo Nascimento foi indicado para iniciar o trabalho. A dinâmica era a seguinte: a pessoa deveria sentar em uma cadeira - a sua frente tinha outra cadeira, vazia - e conversar com alguém. Paulo teve um diálogo muito sereno. 
Renan Delmontt foi o segundo a participar do jogo. Conversou com uma pessoa, mas não deixou que ela falasse de volta.
Adhara foi a terceira, conversou com seu pai. Não foi exatamente uma conversa, foi quase uma discussão onde expressou mágoas e questionamentos íntimos: "esta é a conversa que eu gostaria realmente de ter com meu pai". 
Leandro Haick sentou-se na cadeira, mas não conseguiu desencadear a conversa.
Nosso último participante do jogo foi Jean Laio que, numa mesa de bar, falou com uma mulher- foi muito mais uma cena do que uma conversa espontânea.
Em seguida houve o momento em que cada "jogador" explicou um pouco do que se tratou seu diálogo.
Agradeço ao blog do Dadinho, que ma ajudou  MUITO nesta postagem! =]

1º Seminário de Dramaturgia Amazônida

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Roteiro-Objeto... Um jeito de fazer!


Suspeito que algumas pessoas ficarão meio-quase-que-totalmente DESESPERADAS com a última tarefa determinada pela nossa fofíssima e deliciosa professora Wlad Lima. 
Muito bem, aqui uma "cola" pra vocês... sou exxpeeeeeeerta! ;)

Como vamos fazer isso pelo amor de God?

-Com as extrações feitas por cada um, das ações, narrativas (de si e de cada um "outro");
-Bricolar um "Frankstein" com nossas sugadas e mordidas;
-Na forma de um objeto, mas com pedaços fragmentados,  rizomático, construído como matéria,
com tudo o que for possível e como ideia, com os nossos perceptos.

E NÃO ESQUEÇAM QUE ESTE OBJETO SERÁ A MATERIALIZAÇÃO DO ROTEIRO DE INSTALAÇÃO.
Obs: Cada página pode ser enlaçada e desenlaçada onde a gente quiser.
Até aqui para segunda-feira.

E nos próximos capítulos...
Usaremos na instalação:
1 objeto que sustente o seu peso;
1 objeto iluminante;
+1 objeto qualquer (coerente com o roteiro ok?)
+ o chão ou o teto.

A delimitação da instalação de cada um será CIRCULAR.

O figurino é a roupa PREDILETA (pode ser customizada)
A Performance será no dia 19 de junho- CHEGUEM às 14h plís! =]

Beijo_me_liga! Amo v6!

domingo, 30 de maio de 2010

FIM DO ESPETÁCULO



Fecham-se as cortinas, o espetáculo terminou
no palco, o cenário ainda montado
lembra a peça que a vida apresentou
num drama amargo e conturbado...

Teatro vazio, sem plateia nem atores
tristes aplausos aos ouvidos ainda soam
último ato, todos choram a morte dos amores
cuja atuação a lembrança lhes povoam...

Foi mais uma comédia tristemente urdida
e perfeitamente mostrada sem deslize
em única apresentação no teatro da vida
sem nenhuma chance de haver reprise...

Desmonte-se, portanto, todo cenário
e jogue-se tudo no poço da memória
sequem-se as lágrimas do itinerário
começando a escrita de uma nova história...


domingo, 23 de maio de 2010

Arte Tecnologia e Sensibilidade

Expositor: Devison Amorin
Comentador: Felippe Batista


         Existem pelo menos dois tipos de tecnologias. De um lado, as tecnologias brutas, voltadas para produção de bens materiais leves ou pesados, de outro, as dotadas de certo nível de inteligência.


Tecnologias produtoras e reprodutoras da linguagem:
A alienação termina onde começa o diálogo.
          Quando um artista investe em um novo meio, intervindo nele com a força criadora do diálogo, está rapidamente criando  esferas de ação e de sentir, que redesenham o contorno humano em novas paisagens de espaço-tempo.
A arte abre braçadas rumo a um saber puramente sensível.
Uma vontade de conhecer, pelo prazer de conhecer. 
Há seres que nascem para sonhar o mundo, outros, para ativá-lo.           
Os artistas apoderam-se dos novos meios para humanizar os sentidos humanos. Cabe ao receptor a apreensão do admirável e aventurar-se a viajar na liberdade dos sentidos.



Espaço e Lugar

Expositor: Kayo Costa
Comentador: Rafael Cabral
Para Anthony Giddens, a palavra “espaço ” é utilizada genericamente enquanto “lugar” e  se refere a uma noção específica do espaço: trata-se de um espaço particular, familiar, responsável pela construção de nossas raízes.


O texto discute o território físico e simbólico da arte,  sobretudo uma das caracteristicas que definem a existência da arte o fato dela ocupar um espaço pensado como o espaço institucionalizado.
Gostei muito do modo simples e informativo com que o Kayo ministrou o seu seminário, foi muito bom!
Rafael conseguiu a proeza de apagar o próprio trabalho em pleno início de seus comentários, onde, segundo ele, haviam imagens sobre o assunto a ser comentado... Uma pena. Achei também meio confuso suas explicações, mas no debate, fluiu melhor.

Na segunda parte da aula, a dinâmica do oculto teve seu prosseguimento:
Renan e Patrick: desde outras aulas, sabemos que nosso colega Renan segue o espiritismo e tivemos a oportunidade de descobrir como tudo isso teve início exatamente nesta aula, onde ele nos revela que durante uma noite, ele ainda criança com uns seis anos de idade, escuta uma gargalhada diabólica gritando em seguida: " EU VOU TE MATAR!". Um de seus tios, após este ocorrido, iniciou Renan no espiritismo, onde ele pode controlar melhor seus "dons ocultos" até hoje. Já Patrick, nos conta algo bem parecido e que acredita que de tanto seu irmão colecionar posters de ícones de filme de terror, algum espírito obsessor se aproximou realmente. O fato é que alguma força maior e fora de seu controle, o fez tentar esganar o irmão durante a noite. Patrick não lembra de nada, apenas de acordar em cima do irmão com as mãos envoltas no pescoço dele, como se quisesse matá-lo.
Ícaro e Kayo: Esta foi realmente a história que entre todas mais me arrepiou. Ícaro nos conta que sua mãe encontrou com a "vira-bixo", a mãe, da Pantera, uma figura conhecida por muitos aqui em Belém. Depois de ir até a casa da lendária figura, a mãe dele dá o endereço de sua própria casa, porém errado, volta pra casa pertubada com as declarações dadas, chegando até a pegar ônibus errado, e no meio da noite sente vontade de estender roupa. Ao chegar no varal, escuta um forte assobio: FIIIIIIIIIIIIIIIU. Entra em casa assustada. Pela manhã, alguém bate na porta. Ela abre e dá de cara com a "vira-bixo", que muito naturalmente diz: "Oi, vim te visitar!". Kayo nos conta mais uma vez sobre o pai. Muito parecido com o oculto da Carol, ele também relata ter sonhado com o pai, alguns dias após o mesmo ter falecido. Aqui outro registro de sonhos que parecem muito reais e por isso confortam.O pai pedia pra ninguém chorar, pois estava bem agora.
Romário e Felippe: Mais um conto gostoso sobre os causos do interior. Dessa vez foi Romário e sua Dama do Bacuri. Achei fantástico o relato. Uma mulher bonita, toda vestida de branco e com os cabelos brancos que apontava os bacuris-mamãos para a avó dele, a qual ainda era criança, e  junto com os irmãos viveu esse imaginário todo. Felippe vem nos contar de sonhos confortadores também.  Seu avô levantava do caixão e dizia estar bem, que não era pra ninguém chorar.
Wallace: Contou que seu pai sentiu a presença de um parente o seguindo pela estrada, ao chegar em casa o parente estava dormindo. No outro dia tivera a notícia de que sua mãe morrera na noite anterior. A família acredita que era o espírito da falecida, tentando avisar que estava tudo bem.