Decidi publicar meu trabalho de práticas corporais na íntegra, já que tirei um EXCELENTE numa disciplina polêmica e super difícil. Foi uma grande superação ter concluído esta matéria com uma nota máxima, Me sinto orgulhosa e com mais certeza de que estou no caminho certo. Compartilho agora este trabalho cujo esforço e superação foram o ápice da minha capacidade semestre passado.
Por Maira Tupinambá
Ophelia
Ophelia
era uma noiva de Deus
Carmelita
novata,
Nas
celas da irmã, os sinos da clausura,
Soados
na noite de seu casamento
Ophelia
era a menina rebelde,
Uma
sufragista de meia calça azul
Que
curou a sociedade entre seus cigarros
E
Ophelia era a queridinha de uma nação noturna
Coxas
curvilíneas, olhos vivazes,
Era
amor à primeira vista,
Ophelia
era uma semi-deusa
Na
Babilônia antes da guerra
Tão
como estátua, uma silhueta
Em
vestidos de noite de cetim preto
Ophelia
era a amante para um jogador de Vegas
Signora
Ophelia Maraschina
Cortesã
de máfia
Ophelia
era a rainha de circo, a bala de canhão feminina,
Projetada
através de cinco arcos flamejantes
Para
o aplauso selvagem e chocado
Ophelia
era uma tempestade, ciclone, um maldito furacão,
Seu
bom senso, sua melhor defesa desperdiçada e em vão
Por
Ophelia saber toda sua aflição e toda dor que você tivesse
Ela
se simpatizaria e secaria seus olhos
E
o ajudaria a esquecer
A
mente de Ophelia imaginava
Que
você desejaria saber onde ela tinha ido
Para
portas secretas pelos corredores
Ela
os vagaria sozinha
Todos
sozinha
OPHELIA , é um hino estranhamente ambivalente para qualquer mulher, a
Anima*, vulnerável e inviolável, traidora e traída.
*a anima é o lado feminino de
um homem, é uma das grandes obras da vida de um homem para tentar se relacionar
com essa mulher.
OBSERVAÇÃO:
Maira
Sua
narrativa, em forma de versos ou como você denomina “hino estranhamente
ambivalente”, é altamente reveladora e nos fazer pensar sobre questões extremamente
intimas. Esse é o caminho do rito pessoal. É com essa força poética que você
deve realizar o rito; em outras palavras: essa oração é a sua profissão de fé,
executada intimamente, no momento da realização do rito. Abstraia as partituras
e oriente-se, no momento da execução das mesmas, pelos elementos que constituem
sua “metáfora potencialmente reveladora”, isto é, o hino a Ophelia.
Também
peço que você desenvolva agora uma narrativa livre acerca dessa personagem,
articulando-a com o Teatro ou com o oficio do Ator, isto é, no fazer teatral
quem é Ophelia? O que significa, no Teatro, ser Ophelia?
Prof.
Edson.
O que significa, no teatro, ser Ophelia.
Levando
em conta que a Imagem Corporal é um
processo contínuo, que vai do nascimento até a finitude, se moldando e sendo
moldada através das relações, do meio, das circunstâncias (e que pode na
verdade já começar a existir antes mesmo da concepção do indivíduo - pois já vem
inscrita no desejo dos pais), o presente rito tem como objetivo demonstrar que
a arte – linguagem do “Fazer
Teatral” – pode contribuir para
ressignificar continuamente essa imagem corporal, permeando pelo lúdico, pela
sensibilidade, independente da razão; permitindo o jogo simbólico e
possibilitando ao sujeito “exorcizar” seus fantasmas, suas angústias, através
da criatividade e da imaginação. Criei um paralelo baseado na Ophelia de William
Shakespeare e na música Ophelia de
Natalie Merchant, um de meus elementos utilizados no rito.
Ofélia
era a heroína apaixonada por Hamlet. Ofélia é uma personagem torcida entre o
amor e a lealdade, possuidora de uma submissão e de um desejo contrastantes que
a levariam à loucura.
Ophelia é a narrativa de uma Atriz, suas
paixões, suas limitações e tudo aquilo que se dispõe para fazer teatro. As
angústias, expectativas e superações.
As
partituras revelam a força dos sentimentos de “querer fazer”, sobrepondo-se às
limitações de um corpo que se encontra diferente, cansado e repleto de dificuldades.
Os
movimentos representam oscilações psico-físicas:
1-
A luta diária dividida entre o trabalho e o Teatro;
2-
A estafa;
3-
A auto-afirmação “se eu quero, eu posso e consigo”.
4-
A força para não desistir e se reerguer;
5-
As superações;
6-
O recomeçar a cada dia.
Quem
é Ophelia no fazer teatral. (narrativa livre)
Inspirada na Ophelia de William Shakespeare.
Ofélia era a heroína apaixonada por Hamlet.
Ofélia é
uma personagem torcida entre o amor e a lealdade.
Possuidora de uma submissão e de um desejo
contrastantes, que a levariam à loucura.
Proponho aqui uma Ofélia paralela.
Com angústias, expectativas e superações desde
quando queria ser atriz.
Com paixões, limitações e quase louca com a
correria diária.
E porque tudo isto? Por amor ao teatro.
São muitas as dúvidas sobre suas capacidades.
São inúmeras as lamentações por estar com um
corpo repleto de limitações.
Um corpo diferente. Cansado pela vida e suas
surpresas.
Um corpo que não aceita estar assim, e por isso
luta contra suas imperfeições.
Um corpo que supera limites diariamente.
Um corpo que morre assim que nasce a atriz.
Esta Ophelia é vulnerável e inviolável.
Traidora quando se torna indisciplinada.
E traída quando o Teatro exige muito além.
Ophélia é aqui, uma heroína apaixonada pelo
Teatro.
Ophélia é toda a Atriz que supera suas
dificuldades por amor ao Teatro.
Aprendi
com o meu rito pessoal.
Exercitando
nossas inteligências física, mental e emocional, tornamos nossos corpos mais
livres, nossas mentes mais alertas e nossos corações mais receptivos.
Por
tudo isso, nos tornamos mais forte. Sinto- me mais forte.
Morte da Ophelia >>>>Morte do
corpo para o nascimento da atriz.
Maira Tupinambá
muito legal!!!!!!!!!!!!! parabens mesmo
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