"Nunca é tarde demais para ser o que você poderia ter sido."

quarta-feira, 16 de março de 2011

Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente.

Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente.Começar morta, para despachar logo o assunto.
Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser expulsa porque estou demasiada saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolta e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscua.
E depois, estar pronta para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer.
Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois - "Voilà!" - desapareço num orgasmo.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Da Internacionalização da Amazônia



Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. 

O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro. 

Esta foi a resposta do Sr. Cristóvam Buarque:
 


"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso."

"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade." 

"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.

O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço." 

"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. 

Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. 
Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado."

"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. 
Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhatan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro."

"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil."

"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. 
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro."

"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. 
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia 
seja nossa. Só nossa!"

terça-feira, 23 de novembro de 2010

ILUSÃO DRAMÁTICA

Expressão do teatro clássico para traduzir uma situação dramática marcada pelos efeitos de uma falsa representação da realidade, tratando-se, em regra, de uma perspectiva irónica sobre algo que se representa pelo seu contrário.
O público deve reconhecer o engano simulado pelo actor na criação da ilusão dramática, de outra forma o sentido perde-se.
A expressão acaba por ser sinónima do que Colleridge chamou “the willing suspension of disbelief”, um processo de criação de uma miragem do real que permitirá que a obra de arte se torne válida em termos estéticos.
Por outras palavras, este tipo de representação implica a cumplicidade do público para que a realidade simulada seja identificada com o modelo que representa.
A ilusão dramática pode ser utilizada em outras formas artísticas. Muitos romancistas fazem depender a estratégia de simulação do real de mecanismos de ilusão narrativa.
A sensação a despertar no espectador é sempre a de uma total convicção sobre a autenticidade do facto representado.
De notar que no teatro contemporâneo, seguindo a linha desconstrucionista da arte ocidental, fortemente anti-representacional, se prefere muitas vezes deixar claro perante o espectador que aquilo que se transporta para o palco é de facto uma mera ilusão sem correspondência alguma com a realidade.
O envolvimento do espectador no próprio texto da representação, por exemplo, ajudará a anular qualquer tentativa de criar uma ilusão dramática.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dia da Bandeira!! >>> Niver do vovô!! 92 aninhos...

Pedro de Brito Tupinambá

Escritor, folclorista, poeta e jornalista. Ocupava a cadeira nº36, cujo patrono é Terêncio Porto. Coronel médico na reserva da Aeronáutica, nasceu a 19 de novembro de 1919, em Manaus, Amazonas. Filho de Hermes Afonso Tupinambá e Maria Agostinha de Assis Tupinambá. Reside em Belém, Pará.
a na Cursos: Medicina, Especial de saúde da Aeronáutica, Aperfeiçoamento de Oficiais da Aeronáutica, Direção de serviços (ECEMAR), Segurança Nacional e Desenvolvimento (ADESG), Folclore (Fac. Filosofia da UFPA) e outros.
Condecorações : Medalhas – Campanha do Atlântico Sul, Mérito Dumont, Militar de Prata, cultural José Veríssimo, da APL, Benemérito da Liga da Defesa Nacional, Cultutral Prof. Dr. Acilino de Leão e outras.
Entidades culturais a que pertence: Academia Paraense de Letras, Associação Brasileira de Folclore (São Paulo), Comissão Paraense e Folclore (Belém), Instituto Histórico e geográfico do Pará (Belém), Sociedade Brasileira de escritores médicos (São Paulo) e  Sociedade Brasileira de Folk-Lore (Natal).
Obras publicadas : Mosaico folclórico – Imprensa Oficial do Estado do Pa, Belém, Pará – 1969. Batuques de Belém – Imprensa Oficial do Estado do Pará, Belém, Pará -1973. A Festa do Jabuti – Falãngola, Belém Pará – 1995. Maria Igarapé (crônicas), Belém, Pará – 1997.
Imprensa: colaborou nos seguintes órgãos: “Folha do Norte”, “Amazônia” (revista), “Labor” (revista – Manaus) e manteve por 21 anos a coluna dominical “No Mundo da Trova” , em “A Província do Pará”.
Prêmios Literários: 3º lugar no 18º Concurso “Mário de Andrade” (São Paulo) Menção Honrosa da APL, Federação de Entidades Trovistas.

FICO DEVENDO A FOTINHO... a festa é só no domingo, postarei então!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Achados de família...





Eu gosto de ti , Belém do Pará, 
Cidade onde o índio tem praça e estátua.
Belém das mandiga e dos banhos-de-cheiro, 
Dos grandes batuques da Maria Aguiar
e do "Buraco Cheiroso" com artigos de fama.
Belém do Museu, do Bosque e do Utinga,
Belém do Imponente Teatro da Paz.

Prefácio de Maria Igarapé

Toda obra literária tem um título.
Breve ao longo, o nome do livro desperta, às vezes, ao leitor, o interesse em adquiri-lo e lê-lo.
Existem obras com a designação curta – “Os Lusíadas”, “Iracema”, “Inocência”, “A Moreninha”, “Batuque”; outras, com denominações extensas: “Como era verde meu vale”, “Olhai os Lírios do campo”, “O Castelo do homem sem alma”, “No Circo sem teto da Amazônia”, “O rio corre para o mar”, “Chove nos campos de Cachoeira” etc.
                Por que “Maria Igarapé”? Indagarão os leitores.
                Na literatura brasileira temos “Maria Perigosa”, de Luís Jardim; “Maria Dagmar”, de Bruno Menezes; “Maria Pudim”, de Breno Acioli; “Maria do círio”, de Maria de Nazaré Holanda; “Maria Rita”, de Afranio Peixoto; “Maria Bonita”, de Aldenora de Sá Porto; “Maria Cabocla”, de Anísio Melhor e dezenas de outros romances, peças teatrais e livros de contos com o nome de Maria.
                Maria Igarapé era a alcunha de Maria Lindomar, um dos tipos populares mais conhecidos e extravagantes de Belém.
                Cearense de Maranguape, Maria Igarapé aqui chegou em 1930 e ficou para sempre. Foi o título de uma crônica que publicamos na “Folha do Norte”, em 1961, a qual, por assim dizer, nos abriu as portas do jornalismo no Pará, pelo sucesso que alcançou. Daí, a nossa gratidão a Maria Igarapé, mulher exótica e desengonçada, cujo epíteto dá o nome a este livro, que reúne 41 crônicas, algumas inéditas, outras publicadas em diversos órgãos de nossa capital.

Pedro Tupinambá



Aqui deixo mais um registro das obras do vovô, com muito carinho e admiração , na véspera de mais um aniversário dele.
Transcrito da obra Maria Igarapé-1997.

Histórico:
Academia Paraense de Letras
CADEIRA Nº 36 – PEDRO DE BRITO TUPINAMBÁ
PATRONO: Terencio Porto
OCUPANTES POSTERIORES: Augusto Correa Pinto Filho, José Rodrigues Pinagé e Orlando Chicre Miguel Bitar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Friedrich Nietzsche

Friedrich Wilhelm Nietzsche (15/10/1844 - 25/08/1900)

Em 1871, publicou O Nascimento da Tragédia, a respeito da qual se costuma dizer que o verdadeiro Nietzsche fala através das figuras de Schopenhauer e de Wagner. Nessa obra, considera Sócrates (470 ou 469 a.C.-399 a.C.) um "sedutor", por ter feito triunfar junto à juventude ateniense o mundo abstrato do pensamento. A tragédia grega, diz Nietzsche, depois de ter atingido sua perfeição pela reconciliação da "embriaguez e da forma", de Dioniso e Apolo, começou a declinar quando, aos poucos, foi invadida pelo racionalismo, sob a influência "decadente" de Sócrates. Assim, Nietzsche estabeleceu uma distinção entre o apolíneo e o dionisíaco: Apolo é o deus da clareza, da harmonia e da ordem; Dioniso, o deus da exuberância, da desordem e da música. Segundo Nietzsche, o apolíneo e o dionisíaco, complementares entre si, foram separados pela civilização. Nietzsche trata da Grécia antes da separação entre o trabalho manual e o intelectual, entre o cidadão e o político, entre o poeta e o filósofo, entre Eros e Logos. Para ele a Grécia socrática, a do Logos e da lógica, a da cidade-Estado, assinalou o fim da Grécia antiga e de sua força criadora. Nietzsche pergunta como, num povo amante da beleza, Sócrates pôde atrair os jovens com a dialética, isto é, uma nova forma de disputa (ágon), coisa tão querida pelos gregos. Nietzsche responde que isso aconteceu porque a existência grega já tinha perdido sua "bela imediatez", e tornou-se necessário que a vida ameaçada de dissolução lançasse mão de uma "razão tirânica", a fim de dominar os instintos contraditórios.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

MODOS DE VER

Modos de ver 
John Berger 
Ensaio   168 páginas 
Tradução: Lúcia Olinto 


SIM, É O NOME DE UM LIVRO! http://www.editoras.com/rocco/022203.htm


Sinopse
Modos de ver revela como nossos modos de ver interferem na nossa maneira de interpretar. Especificamente analisa quatro aspectos da interpretação da pintura a óleo: sua origem relacionada com o sentido da propriedade, a posição continuada da mulher como objecto pictórico, a relação entre a herança visual da pintura e da publicidade e, por último, a transformação do significado da obra original dentro do contexto da multiplicidade de reproduções. Dos sete ensaios que compõem este livro, quatro deles combinam textos e imagens, enquanto que os três restantes são estritamente visuais. Nestes últimos, o autor seleccionou uma série de reproduções de quadros e fotografias publicitárias com a finalidade de mostrar determinadas analogias entre imagens de diferentes épocas e procedências. Modos de ver foi o resultado de uma série de televisão do mesmo nome que John Berger e outros colaboradores realizaram a princípios dos anos 1970 para a BBC. Modos de ver, com o passar dos anos, tornou-se um título indispensável da teoria da arte e da comunicação visual.
Apesar de ser estruturado a partir de ponderações sobre a História da Arte, o livro transcende a sua função de pensar a questão estética e acaba fazendo o leitor refletir sobre a sua visão de mundo.
Olhar é um ato de escolha. 
A percepção de qualquer imagem é afetada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos. 
Assim, é possível entender que toda imagem incorpora uma forma de ver.

Os nus europeus, por exemplo, pintados como se a mulher estivesse a serviço do desejo do espectador (geralmente masculino), pressupõem um relacionamento desigual presente até hoje na nossa cultura, de que homens e mulheres têm presenças sociais diferentes e agem como tal.


E agora o meu MODO DE VER todo esse papo da semana:
(faço aqui um link entre duas disciplinas: antropologia e modos de ver)
Ao filmar/encenar uma outra cultura, uma outra sociedade, o realizador do filme/peça etnográfico(a), tal como o antropólogo, invade um espaço que não é o seu. 
Essa situação coloca-lhe riscos, na medida, em que é através do seu “olhar” que a audiência vai compreender essa mesma cultura. 
A objectividade científica em Antropologia, tem sido de certa forma, contestada exactamente por essas questões inerentes à alteridade. 
Em primeiro lugar, o antropólogo/realizador é sempre um estranho, que traz consigo padrões culturais bem definidos, por outro lado, destabiliza e cria reacções novas, a partir do momento em que faz impor a sua presença.
Os problemas do etnocentrismo são outro aspecto a analisar, isto porque é difícil analisar o “outro” que é diferente de mim, das minhas maneiras de ser e crer e construir um modelo representativo daquele contexto cultural e transmiti-lo como único e verdadeiro, quando essa verdade depende da minha forma de “olhar”.
Ao documentar uma cena em profundidade, o realizador tem a responsabilidade de seleccionar as imagens que lhe parecem mais significativas e que revelam melhor o sentido da cultura abordada.
A partir do momento em que o realizador está entre a sua própria cultura e outra, assumindo o papel de mediador, a função deste é elaborar uma sequencialidade de imagens/cenas que estendam a sua compreensão para uma audiência que tem apenas o filme/peça como fonte. É a partir do seu entendimento que influenciará também o nosso “modo de ver”.
Na minha humilde perspectiva, esta é uma questão que, apesar de pertinente acaba por não ter uma resposta definida, pois, a objectividade pura em Antropologia, ou no modo como vemos os outros, é sempre algo questionável. 
Depende sempre do modo como cada um de nós visualiza os “outros” e o seu mundo.
O modo como eu analiso uma sociedade, enquanto arte educadora, não será de certo o mesmo que outro colega de profissão, porque não existem fórmulas certas.

BEIJOKAS E ATÉ LOGUINHO!!!!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Filosofia do Teatro e a Poética de Aristóteles



Aristóteles propõe a independência da poesia (lírica, épica e dramática) em relação à política;  observamos que, não obstante suas afirmações, Aristóteles constrói o primeiro sistema poderosíssimo poético-político de intimidação do espectador, de eliminação das “más” tendências ou tendências “ilegais” do público espectador. Este sistema é amplamente utilizado até o dia de hoje, não somente no teatro convencional como também nos dramalhões em série da TV e nos filmes de far west: cinema , teatro e TV, aristotelicamente unidos para reprimir o povo.
Felizmente, o teatro aristotélico não é a única maneira de se fazer teatro.

COMO FUNCIONA O SISTEMA TRÁGICO COERCITIVO DE ARISTÓTELES

PRIMEIRA ETAPA – Estímulo da harmatia; o personagem segue o caminho ascendente para a felicidade, acompanhado empaticamente pelo espectador.

Surge um ponto de reversão: o personagem e o espectador iniciam o caminho inverso da felicidade à própria desgraça. Queda do herói.

SEGUNDA ETAPA – O personagem reconhece seu erro: ANAGNORISIS. Através da relação empática dianóia-razão, o espectador reconhece seu próprio erro, sua própria harmatia , sua própria falha anticonstitucional.

TERCEIRA ETAPA – CATÁSTROFE: O personagem sofre as conseqüências do seu erro, de forma violenta, com sua própria morte ou a morte de seres que lhe são queridos.

CATARSE – o espectador, aterrorizado pelo espetáculo da catástrofe, se purifica de sua harmatia.

Atribui-se a Aristóteles a seguinte frase: Amicus Plato, Sed Magis Amicus Verita (“Sou amigo de Platão, mas mais amigo da verdade”). Nisto estamos totalmente de acordo com Aristóteles: somos amigos, mas muito mais amigos da verdade. Ele nos diz que a poesia, a tragédia, o teatro, não tem nada a ver com a Política. Mas a realidade nos diz outra coisa.

Sua própria Poética nos diz outra coisa. Temos que ser muito mais amigos da verdade: todas as atividades do homem, incluindo-se evidentemente todas as artes, especialmente o teatro, são políticas. E o teatro é a forma artística mais perfeita de coerção. Que o diga Aristóteles.

O sistema trágico coercitivo de Aristóteles sobrevive até hoje graças à sua imensa eficácia. É efetivamente um poderoso sistema intimidatório. A estrutura do sistema pode variar de mil formas, fazendo com que seja às vezes difícil de descobrir todos os elementos de sua estrutura, mas o sistema estará aí, realizando sua tarefa básica: a purgação de todos os elementos anti-sociais.

Justamente por essa razão, o Sistema não pode ser utilizado por grupos revolucionários durante os períodos revolucionários. Quer dizer: enquanto o ethos social não está claramente definido, não se pode usar o esquema trágico pela simples razão de que o ethos do personagem não encontrará um ethos social claro ao qual enfrenta-se.

(Texto livremente resumido do “Teatro do oprimido” de Augusto Boal)

O Clown nosso de cada dia!


Miguxa e Mussarela - amigas pra toda vida!!

Observa a ti mesmo... tuas ações, tuas reações, tua maneira de ser, de caminhar, de ver o mundo, de expressar-se. E exagera a ti mesmo.
A busca do clown é a busca do próprio ridículo.
Expressar-se sendo tu mesmo, sendo natural, é fantástico. Porém, tens que manter a naturalidade desde um estado de energia alta. Se o fazes com uma energia comum, poderias estar comprando no mercado... Qual é a graça? Não serás diferente, porém maior que a imagem que tens de ti mesmo. Ser clown é surpreender a atenção das pessoas... e roubar-lhes o coração.
Converte tuas debilidades pessoais em FORÇA TEATRAL.
Ser clown é a máxima liberdade, a liberdade de arriscar-se...
Não te defendas.
Se um clown baixa as calças de outro, este não o impedirá, observará como lhe baixam as calças com ingenuidade, até que se dê conta de que está em evidência diante do público. Logo pode vingar-se, porém não se defende, deixa que as coisas aconteçam.
Encontra prazer em tudo o que fazes.
Se tu não desfrutas, ninguém o fará. Não podes comunicar prazer a menos que o sintas. O clown joga alto pois nada tem a perder, e portanto é... LIVRE!!! É este o prazer com o qual o público se conecta. Se estás incômodo, distraído ou aborrecido em cena, o público nota e se afasta de ti.
Observa o público.
O público é o espetáculo que diverte e emociona o palhaço. O palhaço não age, reage às ações e às emoções do público. A inspiração, o roteiro, o texto, o momento de encerrar, tudo vem do público.